A (...) e o camponês.
Eis que do insano, do insone, me chegas tu. Cheirando a campo: abriguei-me, permaneci. Conta-me: que fazes, camponês? Apenas vives para dar-me alguma razão ou cultivas outras primaveras? Se, quando falas que és meu, jogo-me para fora de ti, é o medo de que saibas que sou tua. E sou - serei, seremos. Não fujo, nunca conseguirei... Eis-me aqui, tendo o lar florido que nunca tive. Sendo de alguém - de ti - que sempre fui. Ah, se me pudessem ouvir as rosas, virariam pássaros. Esqueça dos buracos que lhe reclamo, nós os ocuparemos com terra e flores, num jardim apenas meu, apenas teu - inteiro nosso. Tanto mundo te(re)mos, camponês, tanto e tão gigante! Todo apenas para nós. Dá-me a tua mão, o teu olhar. Dá-me teu corpo, tua alma, que vim inteira para ti.Terás, agora, de cuidar-me, que não posso sair de nós. Não fale, não há necessidade de tal ato. Olha-me, viva-me. Exista, apenas em mim. Ouça: amo-te, camponês.