Engaiolaram a liberdade de ex(im)pressão

É sábado
e o que fazem os sábados?
são como bolhas
que prendem o ar:
não entra nem sai.
mania de comparação
essa que o ser humano tem
e se fosse uma torradeira
no lugar do sábado
e o pão queimasse
e ficasse o cheiro

eu me perco
e a cidade mais parece
uma taça de vinho
sendo enchida
com força
chuá: pingou na manga
precisa lavar

o menino que andava correndo
levou
lavou pra mãe
e disse
cabô o sabão em pó
lavei com saliva
sa liva não tá fácil de viver
curso de inglês não deu certo
mudou:
agora ele come vatapá
estuda pra não rodá
e sai
desembestado

pedi pro médico o atestado
ele falou:
vida na vida
de alguém
nunca dá certo
meu bem

o gato riscou o carro
era tanto céu
que de tanto ser
encheu o mar

vivo a não fazer nada
e a vida trata-se
de me ocupar
como as tomadas erradas
ligando
um pisca-pisca
pra mó da árvore
piscar
(boom!)
eu disse
chocou

A estrela
veio do céu
e disse ao pé do
meu ouvido:
brilha.
E fiquei em
silêncio
sem falar, sem agir
(porque brilhar é sentir
e amei por ti cada veia
do corpo!)

Dirigir
a alma
e digerir
a calma
(im)expressa
no caos

A gota
pinga
e conta
a gota
uma por
uma
Se for mais
de gota
G
O
T
A
S

a lua veio
- e que lua!
quanta lua
que já veio

e se o
mundo
esparramar,
o que ajunta é a
euforia
eufaria
mil versos
dos beijos teus

papibaquígrafo
superman
salvei o mundo
superman
criptonita
no café da manhã:
agora desliga a tv
que eu quero dormir

24hrs na telinha da tv
te vê com fome
te vê com sono
te vê inútil
te vê vagabundo
vai trabalhar
vai comer
vai dormir
vai, vai, vai
nunca tá bom
sempre é demais
sempre é um pouco mais
ou um pouco menos
mas o mundo é tão pequeno e
caiu no buraco
errado:
era pra jogar
a bolinha de gude:
abismou.