A unha
arranha
a pele
aranha
que sobe
não faz
tanto estrago:
dá um trago
mantém a calma
escreve com a
alma
na palma da tua
mão: usou sabão
lavou, saiu

loga
ritmo
na potência
de dez
dezespero
dezconforto:
uma dança
lenta
é bem melhor

a abelha
confundiu com
mel
os teus olhos
cheios de fel:
cegou-te!

cruzava os
braços:
e o
abraço
como é que
se dá?

fechava os
olhos:
e a entrega
como é que
brilha?

trancava a
alma:
e a
verdade
pra quem
sorria?

não ganhava
o pão
de cada dia:
um triste
mendigo
amargo
mas diferente
no meio do caos
o moço sentia
consentia
e tratava tudo
como um cão amigo.

Abriram a torneira
do céu:
deu problema
no encanamento
saiu um
tormento:
estrondou!
e veio um
vento
esqueceram de
clorificar
mas
glorificou
quem
não apavorou:
encheu d'água
a barriga
seca e des(nu)trida
do menino
que vivia de pão-de-sol
quando não chovia
e de água
quando o mundo caía:
bendito seja nosso senhor
bem dito quem disse
que passaria
sem demora
olha agora:
quanta felicidade
que pinga!