À deriva.

E o horizonte se desfez
veio-me a aurora que se fez...
Nesse instante que lês, a viés
Ante o olhar sereno, distante
De dois, quiçá, amantes.

Veio-me o pensamento que se desfez,
Na paisagem, na miragem...
Desaguou num outro pensamento
- Que as ruas do pensamento são tão vazias,
São tão infindas, minha menina! -
Impressa em mim, poesia que esvai
Um verso sopé, de amor, à deriva
No cais, no mar, no ar,
A versejar, tu, Amada, fluindo no meu pensar
Sorvo tua essência - inebria-me a íris
Que o poema se dissolveu no mar!

Há imensa bela paisagem, sorvo enfim
Hei de juntar-me a ela, e perder-me assim
E há ventania, juntamo-nos a calmaria
Pequenina, dá-me o mar num poema
E o poema beira-mar,
Pra te eternizar...
O vento no vento, o vento ventar
A gente sumindo, cata vento ecoar
Entoar redondilhas mil, pra se velejar!

Do Dan, para mim.