DISSECANDO O AMOR - parte II
É um seqüestro. Um quase crime... o seria, caso não fosse tão belamente escrito descrito consultado feito possuído. Ninguém liga que ele, um dia, vire dor. Ninguém liga para absolutamente nada enquanto o coração e a alma pulsam. Pulsa. Pulsam. Pulsar. Pulsando é que vamos todos nós, decidindo pouco a pouco que caminho seguir: o breve, o só ou o acompanhado, porém, nem sempre duradouro o suficiente... nem sempre acompanhado o suficiente. Céus, malditos humanos e suas necessidades que abusam do possível! Malditos, sim, somos nós que exploramos o nosso peito como se lá coubessem trinta mil caravanas. Não cabem tantas coisas assim, ainda mais as que criamos. Abrimos mão de certas coisas ruins mas boas, como do próprio sofrer amoroso que aos poucos nos toma as forças e nos mata... temos assim um triste e muito possível fato: viramos mortos vivos a procurar almas ao vento que nos possam entender, que nos deixem devorar, pois a fome, a estranha fome de um cadáver por amor é diferente da infome que sente o cadáver pelo tempo...