Relógios engolidos pelas segundas-feiras da vida
faixas ignoradas por meio metro de preguiça
papos prascóvios, resultados óbvios
cigarros inacabados e os corações de sempre - partidos!
Tantos fatos, tantos mesmos
as falhas, as rachaduras
as rapaduras de sábado da vovó
amoras-pretas-de-verão
pêssegos em março.
O mundo em turquesa
caótico
caos saído de boca humana
caos família caos calor caos socialização
ilhas internas em exceções
- SUSTO!
E o rato correndo pelo bueiro
buracos abertos em pistas lotadas.
Diz-me, Manuel, e o pão, quanto fica?
A vida tem fome de misto!
José toca violino na praça enquanto dorme
- mas que coisa, acorda pra vida, Zé
que teu sonho de violinista não se pode estender na chuva! -
Bonjour, moça da fita vermelha e cabelos dourados
as flores da alma foram deixadas na cesta da bicicleta, pega lá.
Caríssimo senhor poeta que faz chover (ou senhora?)
eu tenho hora pra sair, pra ficar, pra voltar
mas se o vinho (quiçá vinagre?) pluralizar na tua adega
degavar que a vida espera pra girar.